quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O GOLPE


Derramo em teu peito felino
Notas do meu violino

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

DEIXA PRA LÁ


Liga não...
Sempre dá ocupado..


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

APOSTA


Tentando provar para Deus que sou nada além de babaca.
Saca?
Eu deixo o queijo mofar por inteiro pra não ter que meter-lhe a faca.
E Deus? Este aposta o contrário.
Hilário...
Insiste em dizer: "quem parte o queijo é otário"

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

BREJO DA CRUZ

Eu me alimento de vidas
Enfim
Algumas vidas eu como
Como outras vidas eu tomo pra mim

sábado, 16 de fevereiro de 2008

DIÁLOGO DE SÁBADO A TARDE

Breve diálogo retirado de uma conversa virtual entre LIVREE (Ric) e CHIEN DE RUE... (Gnz). Segue o texto em anexo:
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-LIVREE diz: Mas tu até que vai, movimenta os neorônios direto. Se move agilmente em vários cantos do mundão. Agora tem uns malucos aí que esquecem de tudo.
-CHIEN DE RUE diz: Sem pudor nem perdão.
-LIVREE diz: Sem fazer quase nada.
-CHIEN DE RUE diz: Minha cabeça é oca e tem apenas uma luzinha lá dentro. Ela viaja pelo vácuo, na velocidade da luz, transformando todo o "globo" craniano em um enorme farol marítimo, indicando aos navegantes de todo o planeta, a rota mais segura para esta viajem que é a vida.
-LIVREE diz: Tendeu.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

FODA É FICAR SEM


Argumento
Se tenho, eu uso
Se não, eu invento


OBRANDO

O Bar Oco,
Ex-pressionista
Abre extrato
Para que a obra
Imprima com ceitos

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

0:09

Já passam das onze.
Inútil, meu tempo descansa.
Talvez no penúltimo trago nutrido encontro o sono.
Não falo do meu. Deste não tenho notícias.
Nunca fui digno de vossas pijamas além de fiel à insônia.
Mas deito.
Deito como se o breu do silêncio aguardasse o repouso de minha penumbra.

OUTRA VEZ


Era uma vez
Uma entre várias
Que por sua vez
Suporta nas árias
A prece de tal partitura...

Solfeja de vez
Tal como binárias
Passando a vez
Para as mais precárias
Como se desse outra vez por censura...

Era uma vez
Porém com bravura...

PRATO DO DIA ANTERIOR

Receita: Kauathi Sahii
Origem: Maori
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Ingredientes:
- 2 peitos de pombo
- 1 colher de gordura animal (banha de foca)
- 1 colher de sopa de amido de batata barôa
- 250g de açaí (concentrado)
- 1 colher de salsa, manjericão e alecrim desidratados
- 8 azeitonas pretas sem caroço
- 100ml de leite de côco
- sal a gosto
- 1 colher de sobremesa de mel silvestre
_________
Preparo:
Derreta a banha de foca numa frigideira profunda de barro, no fogo à lenha. Adicione o amido de batata barôa para que se faça a base do molho. Após dissolver completamente a banha coloque o açaí lentamente. Misture às pressas, mal e porcamente com o leite de côco. Não deixe ferver. Acrescente o sal junto com as azeitonas moídas. Retire a frigideira do fogo e coloque as ervas desidratadas por cima do molho. Cubra todo os peitos do pombo com o molho de açaí, derramando o mel por cima e está pronto para servir.
_________
Rendimento: 1 porção pequena

domingo, 10 de fevereiro de 2008

BODE EXPIATÓRIO

Dos fracos de fé
Tu tiraste a vergonha

Daquele que sonha
Dos cacos até

Em barracos a pé
Tu entraste à coronha

Buscando maconha
Em sacos de café

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CAMILA

Morder-te ei as canelas, anjo em cachos, até que a penca do teu sabor hortelã traga-me o suculento perfume de um país tropical, ao dourar de tua seda, em orvalho do corpo grelhado ao sol. Tua luz! Em doce vinhedo de jabuticaba me acabo por ébrio em passos, quadrís, e boleros quando a flor de meu cáctus a ti ofereço. A minha penúmbra tão alva ao vulto. E volto! Todo santo que é dia, a ti trazer-lhe meu bom. Dia. Ainda que a noite nos beije na cama..

AFINADOS AFINAL?

Você em mi
Eu em si

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

TODO CARNAVAL TEM SEU FIM?


Carnavalesco D+ para ler
D- para escrever

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

SONHO DE HOJE

Era ele. Assente ao meu lado no velho sofá. Aparentava alguns quilos a mais, esbanjando saúde. O raro cabelo azeviche em outrora reluzia um pálido brilho de neve, o que afastava-me por mais à lembrança, ainda que imune a contradição. Era ele, meu avô. Restrito apenas à minha visão. Impossível seria qualquer discrição por palavras de tal acalento presente. Arriscaria "amor", entre os demais signos, de semelhante natureza. Tamanha fora o sobressalto, que não tardei a pergunta. "Vô, tens idéia de que éres espírito??" Bonançoso tal sempre fora, respondeu-me de imediato. "Sim, filho. Estou ciente do caso.Porém minha natureza é de olhos, boca e nariz..."

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

MARIA EDUARDA

Decidida, entulhou o alforje com bagatelas miúdas que julgara relevantes à fuga. Calçou suas velhas chinelas e com a ponta dos dedos anafados despenteou sua franja, permitindo que esta caísse-lhe aos olhos. Pronto. Chegara ao ápice de sua tensão. Rompeu o salão opulento de suas indiferenças, onde espectadores parcialmente imóveis, sorriam um calmo verão prematuro. Cogitou por explicações, porém tal herança trombava-lhe aos dentes feito bocejo, impedindo que um breve adeus lhe rasgasse a pose. Ainda era manhã. Temente ao cativeiro patriarcal que sua patologia a subordinara, tentou ganhar tempo. E ganhou. Levara apenas um quarto de hora para abandonar todo o pavilhão. Estava do lado de fora. Censurou de início a ausência de raias, mas estava ciente de seus objetivos. Teria de se acostumar com o vasto. No auge de seus quatro anos de vida, Maria Eduarda deixara o trono de suas províncias.

TECLA SAP

Música: No Control
Artista: Bad Religion
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Culture was the seed of proliferation
But it has gotten melded into an inharmonic whole
Consciousness has plagued us and we can not shake it
Though we think we're in control
Questions that besiege us in life are testament of our helplessness
"There's no vestige of a beginning, no prospect of an end" (Hutton, 1795)
When we all disintegrate it will all happen again
Time is so rock solid in the minds of the hoards but they can't
Explain why it should slip away
History and future are the comforts of our curiosity but here we are
Rooted in the present day
Questions that besiege us in life are testament of our helplessness
"There's no vestige of a beginning, no prospect of an end"
When we all disintegrate it will all happen again
If you came to conquer you'll be king for a day
But you too will deteriorate and quickly fade away
And believe these words you hear
When you think your path is clear...
We have no control
We do not understand
You have no control
You are not in command!
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Cultura era a semente da proliferação
Mas tem sido fundido em um buraco inarmônico
Consciência tem nos atormentado e não podemos pertubá-la
Embora nós pensamos que estamos no controle
Questões que nos assediam na vida são testamentos das nossas incapacidades
"Não há vestígio de um começo, nenhuma esperança de um fim"
Quando todos nos desintegrarmos irá acontecer tudo novamente
Tempo é tão sólido nas mentes dos acumuladores, mas eles não podem
Explicar porque isso deveria escapar
História e futuro são os confortos das nossas curiosidades, mas estamos aqui
Enraizados no dia presente
Questões que nos assediam na vida são testamentos das nossas incapacidades
"Não há vestígio de um começo, nenhuma esperança de um fim"
Quando todos nos desintegrarmos irá acontecer tudo novamente
Se você veio para dominar você será rei por um dia
Mas você também irá deteriorar e rapidamente apagar
E acreditar nestas palavras que você ouve
Quando você pensa que o seu caminho é limpo...
Nós não temos controle
Nós não entendemos
Você não tem controle
Você não está no controle!
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RESSACA

O gorjeio em coro escorria por entre as gretas do aço enferrujado.
Tal como bom dia.
Mal acordara o sol, e cá estava.
Doente de minha própria aversão.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DIÁLOGO DE SÁBADO A TARDE

Breve diálogo retirado de uma conversa virtual entre Bruno (Cogú) e CHIEN DE RUE... (Gnz). Segue o texto em anexo:
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-Bruno diz: Minha ex-namorada entrou pra Escola Guignard! Tô achando muito massa!
-CHIEN DE RUE diz: Pode crê. Eu já tenho pena dela. Por dois motivos.
-Bruno diz: Por quê?
-CHIEN DE RUE diz: Um, por ter namorado contigo.
-Bruno diz: Essa ela já superou!
-CHIEN DE RUE diz: Outro por entrar pra essa maldita vida de artista.
-Bruno diz: Pior é que ela fez filosofia. Imagina!
-CHIEN DE RUE diz: Vish! Tadinha..

AONDE LEVAM MINHAS SOLAS

Local: Ercília
Localidade: Cambiante

Maio de 1987. Três meses de busca ainda sem resultado. Estávamos fracos. Quase que sem suprimentos e muito, muito abatidos. Alguns membros de nossa equipe já haviam abortado a missão ainda na primeira mesada de ofício. Entre eles o nosso escrivão, tradutor e amigo Diogo Mainardi. Talvez esta, a maior de nossas perdas ao longo do trajeto. Restaram-nos nove. Já havíamos percorrido a pé, parte da região noroeste de todo continente. Estávamos perto. O calor dilatava as partículas de cada farelo de areia no solo, sustendando uma nota em timbre hipnótico que, somada ao fervor do apoucado soprar do vento ao ouvido, embriagavam-nos em mantra, um tanto desconfortável. Ainda porque nenhum dos infantes ousava se quer um esboço de fala ou barulho. E assim seguimos por horas. Foi quando o vazio de minha retina preencheu-se com o cromatismo desbotado do que restara de toda a expedição. Milhares de fios pretos. Brancos. Pretos e brancos. E cinzas, se entrelaçavam formando a mais bela ruína pelo homem presenciada. Fios estes, que atados aos respectivos sustentáculos, denunciavam a genealogia de toda uma geração à seu tempo. Segundo o historiador italiano Ítalo Calvino em seu livro "Le Città Invisibili"*, os habitantes de Ercília, estendiam os fios entre as arestas de suas casas, de acordo com as relações de parentesco, troca, autoridade e representação social. Quando estes fios eram tantos, a ponto de impedir o trânsito local, os habitantes abandonavam a cidade. As casas eram desmontadas, restando apenas as linhas monocromáticas e seus pedestais, cujo simbolismo caótico refletia em nossa percepção, tal como um fóssil artístico proposital ou mesmo a necessidade de afirmação passageira de uma geração, a descoberta de nossas raízes. Ali mornava a memória de um povo em eterna transição. Diferente de nossa romaria que chegara ao fim. Perguntei-me por praxe, se havia valido a pena, fingindo não saber a resposta.
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*La Città Invisibili (Ítalo Calvino, Turim,1972; As Cidades Invisíveis, trad. Diogo Maniardi, São Paulo, 1990)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

SESSÃO MERCHANDISE


Você se sente seguro? Se julga capaz de defender sua família? O que dirá seus bens materiais? Confia em alarmes, porteiros, empresas de segurança privada? Você acredita na lei? Imaginamos que não. Por isso, a Nelson Bullets (uma das quatro maiores indústrias bélicas da América do Norte e a sexta no raking mundial de armamento) está trazendo à você, cidadão brasileiro, a oportunidade de não mais se sentir impotente perante a violência cotidiana. Basta de medo! Chega de pedir desculpas no trânsito ou abaixar a cabeça à estranhos nos centros de grandes cidades! Nosso produto garante a você e a sua família, tranquilidade e uma boa noite de sono, fazendo do seu lar uma fortaleza munida para quando necessária. Não perca a oportunidade de estocar munição em sua despensa, pois sabemos que a vida nos pega de surpresa. Temos imperdíveis promoções para caixas com mais de 500 unidades de munição. E as novidades não param por aqui. A Nelson Bullets está lançando sua nova linha de munição para pistolas semi-automáticas de uso caseiro, calibre 9mm. Trata-se de um projétil muito mais leve, porém de maior impacto, garantido dano irreparável a vítima. Ou seja, não há risco do invasor retornar. Você pode ligar agora mesmo e adquirir seu kit munição de uso caseiro da marca mais vendida entre as famílias americanas por um preço promocional de inauguração. Na compra de 8 caixas de 500 unidades cada, além do desconto de 20% no total e a isenção da taxa de correio, você ainda leva inteiramente grátis 2 caixas de chumbo para armas de pressão de uso infantil. (consulte em nosso site a tabela). DESARMAR O CIDADÃO, NÃO É A SOLUÇÃO! Faça uso do seu direito civil. Proteja sua família do inimigo!

AVISO IMPORTANTE - lei 10826/03
A aquisição de uma arma de fogo só pode ser feita por pessoas maiores de 25 anos (civis) ou 18 (militares) e depende de registro concedido por autoridade competente. Sua utilização exige treinamento e equilíbrio emocional. Guarde sua arma em local seguro e fora do alcance de crianças.

NELSON BULLETS s/a : http://www.nelsonbullets.com/ filal no Brasil: (33) 34562312

SAÚDO A SAUDADE

Quando sinto falta de uma saudade
Saúdo a falta que o passado me faz

ESPERANDO HORÁCIO

Já haviam se passado três horas. Cento e setenta e oito minutos a mais que o pevisto, capaz de inquietar até mesmo o mais paciente dos monges budistas. Quer sejam tibetanos ou não.
Um quarto de dia e nada. Ali sancionava a falência de todo sistema.
Do maço amassado puxou o remoto cigarro e riscando um palito de fósforo, pensou: "Ai desses filho da puta se vier alguém me encher o saco." E ninguém foi.
Seus olhos fitavam o chão em um trago estreiante. Tossiu. Mas o fez indiscreto. Tamanha fora sua rouquidão que causou desconforto em todos presentes na sala."Que se foda." Continuou por mais quase oitenta segundos em tosses, pigarros e tragos até que o chamassem pelo nome. Antes mesmo de se levantar da molesta poltrona de espera, Horácio Menezes de Lima arremessou o cigarro ao chão. Com o dedo médio apoiado ao polegar, formando o esboço de uma catapulta. "Como se não me bastasse a demora, ainda não me deixaram terminar meu Marlboro."
Seus passos obesos romperam em eco o silêncio, perto de mórbido, daquela saleta. Caminhou por mais vinte e quatro segundos e meio até o guichê. Da estreita janela ensebada, uma voz muito aguda o recebeu. Somaram mais seicentos e trinta segundos até perceberem que, devido a senilidade do rabugento paciente, este havia esquecido todos seus documentos em domicílio, sendo assim incapaz de realizar a consulta.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

DURALEX SED LEX

- Na cidade de Frankfurt, na Alemanha, é proibido usar cavanhaque.
- Em Bocas del Toro, no Panamá, o governo proibe a comercialização de azeitonas.
- Na região de Dojran, na Macedônia, é proibido comer de luvas em bares e restaurantes.
- Na cidade de Hermel, no Líbano, não são permitidos políticos chamados Antun Chaniny.
- Em Denau, no Uzbequistão, é proibido bater palmas em eventos púbilcos.
- Na cidade de Tarragona, na Espanha, é proibido tomar chá as 17h.
- Em Locarno, na Suíça, é proibido carregar moedas nos bolsos após as 22h.
- Na cidade de Farum, na Dinamarca, é proibído comentar futebol.
- Na cidade de Carlos Barbosa, no Brasil, é proibido a prática de karaokês.

DICAS DO VELHO SOFÁ


TÍTULO: Filhos da Esperança (Children of Man)
GÊNERO: Drama
DURAÇÃO: 114 min.
ELENCO: Clive Owen. Julianne Moore. Michael Caine. Chiwetel Ejiofor. Charlie Hunnam
DIREÇÃO: Alfonso Cuarón
PODUÇÃO: Marc Abraham. Eric Newman .Hilary Shor. Iain Smith. Tony Smith
FOTOGRAFIA: Emmanuel Lubezki
TRILHA SONORA: John Tavener
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Baseado no livro de P.D. James, “Filhos da Esperança” (Children of Men) traz uma potente indagação sobre o futuro da política e da convivência social no planeta, quando um facismo exacerbado toma conta da Inglaterra. O ano é de 2027 e o cenário é apocalíptico, devido à crise mundial instaurada pela infertilidade dos seres humanos. A humanidade caminha para sua extinção. A situação se agrava com a morte do mais novo cidadão existente, este já com 18 anos de idade. Londres se torna uma capital cobiçada pelos demais sobreviventes do mundo, ainda que arrasada pela violência e dominada por seitas nacionalistas. É a cidade onde vive o burocrata desiludido, porém ex-ativista Theo (Clive Owen) em meio à todo esse caos. Quando a última esperança restante no planeta é ameaçada, o ex-ativista é forçado à enfrentar seus fantasmas para proteger o planeta de uma possível e não tardia extinção. O filme apresenta a visão de um futuro bem próximo, que na minha opinião não foge das consequências do descaso e da ignorância humana. Retrata a situação de uma guerra civíl onde nem mesmo a tecnologia pode garantir uma qualidade de vida ou até mesmo a sobrevivência de seus habitantes. Vale a pena ressaltar sequências de filmagens com até 13 minutos de ação bem convincentes além do realismo obtido pela direção e toda a equipe.

O DIA SEGUINTE

Como se não lhe bastasse a insônia, seu desconforto horizontal o cuspira dezenove graus noroeste de seu abastado leito, ao chão.
Bastardo. Ou não.
Não importa se cedo, sua falta de motivos o fez levantar.
Seguiu maquinal o trajeto de sempre. Tal como se nunca pudesse opções.
O regozijo de fora o murchava por dentro.
Da margem ao centro, a enorme azia em erupção.
Litros de água sem qualquer que seja o efeito; se foste assim tentativa de ressureição.
A ressaca.
O por quê do dia seguinte.
Tabaco por vícios. Amargo por vários. Amado por poucos.
Porém era este o dia. Seguinte.
E seguiu.
O sol da janela ardia. É, ainda é dia.
Um banho? Pra toda essa banha?
Talves só o fluxo e o barulho da água. Inodora.
É, pra ele era hora.
E foram-se quartos de hora no quarto de banho. Até que encharcado, murchou ainda mais.
Cabeça? Quase trinta quilos.
Os pés e as mãos, mais uns vinte. O resto são gazes.
Por dentro, arenoso o solo resseca a vida que insiste em brotar.
Porém murcha.
Porém marcha.
É dia seguinte e precisa arcar com o seu calendário.

EXCEÇÃO

Na boca
Nem tudo são dentes.

PARA CADA 2 LITROS

Em cada lugar que morri
Deixei uma gota de sangue.