
... não vou proporcionar lucros à oportunistas, que usarão da ideologia anárquica para efetuar sua demanda capitalista, e tornar comercial a anti-cultura. Trazendo para grifes, shoppings, galerias um símbolo que vai muito além de distorcidas guitarras e gritos por revolução. Não ostento meu caráter anárquico trajando uma camiseta silkada, ou discursando teorias enlatadas compradas nas lojas da quinta avenida. Não percebem que a grande jogada está nesse marketing? Não faz muito tempo, exercia eu o meu direito à estupidez quando transitava de emissora à emissora bricando com o controle remoto do televisor, quando não pude deixar de notar que em uma novela global, o protagonista trajava uma camiseta do conjunto inglês The Clash ( tido como um dos precursores do movimento punk na Inglaterra). Não seria imensa a ironia? Assim como a apropriação, não apenas do símbolo, por parte de gifes e colocadas à venda por um preço altamente lucrativo aos pequenos empresários. É válido o conceito de que tudo hoje em dia é absorvido e subvertido pelo sistema, talvez até pela falência declarada de suas doutrinas e de seus valores enquanto conceituais. O jeito seria então conformar-nos com a fúnebre idéia de que a extinção filosófica do processo anárquico seja emergente e que também seria irreversível a mutação de seus valores uma vez transgredidos?? Ou seria esse o momento exato para a afirmação pre-estabelecida de suas propriedades tornando evidente suas necessidades teóricas diferenciadas do veículo propagador mal intencionado??
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