sexta-feira, 24 de novembro de 2006

FUNK É CONTRA-CULTURA??


"Contracultura é tudo que opõe aos valores dominantes da sociedade". Tomando esta HIPÓTESE como verdadeira, a resposta para a pergunta: "O Funk é Contra-Cultura?" na minha opinião seria negativa. Analisando... Os principais temas abordados pelo gênero musical em questão partem de pólos banalizados pelo atual sistema de compreensão e pela normalização de seus procederes ao parecer de uma sociedade pretenciosa rumo à modernização de seus valores. Temas como o sexo e violência são extremeamente comercias por se tratarem de temas que acompanham a humanidade desde o seu errôneo início, logo, o homem inserido na sua sociedade. Esses escolhidos como primordias temas abordados, são sentimentos contrários ainda que ambiguamente semelhantes. São quase que fatídicos e previsíveis no convívio do homem com sua própria espécie. Comercial. A dramatização sutilmente exagerada do cotidiano regido pelo atual "pão e circo" participa do marketing quase que global de consumo do caos eminente. Porém, em celebração. Há quem ainda tente a comparação ideológica/musical de movimentos como o Punk e Funk emergido das favelas do Rio de Janeiro. A retórica se faz verdadeira na minha opinião ainda que contestadora, seguida do pensamento de que o punk britânico assumiu-se como movimento com a ascendência do grupo Sex Pistols liderado pelo empresário Malcon Mclaren, que na época era propietário de uma boutique em Londres. A intenção era comercial. Hoje nos Estados Unidos o punk é vendido às grandes massas de adolescentes que resistem, ainda que de fachada, à grade indústria do gangsta rap. E como vimos anteriormente, os temas do "batidão" são os mesmos temas abordados no rap norte-americano que reina em seu monopólio. Ambos, agora no caso também envolvendo o movimento punk na estatística, são elementos de veiculação padronizada de valores assim como argumentações tendenciosas para a comercialização de estilos de vida. A saturação do clichê. A rádio-novela da margem. A necessidade primal de estarmos inseridos a um conjunto não mais unitário. A falência de nossa afirmação enquanto individualmente capaz de escolha.

"Contracultura é tudo que opõe aos valores DOMINANTES da sociedade". O comercial quando bem sucedido é totalitário, ainda porque todo comércio tem seu público alvo. Poderia dissertar sobre o funk, sendo que este se encontra inserido no contexto social que o suporta enquanto representante cultural de suas dependências. O cenário é ogueto. Assim como todo espaço munido de margens, se caratcteriza pelo fator comum/comunitário entre seus pertencentes. Sendo assim, não se fazendo exlcuso como "sociedade" ainda que regional. No caso a retórica se faria verdadeira enquanto contra-cultura se a matéria prima a ser trabalhada fosse de procedência contrária ao senso comum, podendo encontrar no afastamento do previsível uma semelhança participativa, em que possa ser reconhecida por membros da sociedade. Porém em corrente contrária segue o fluxo banalizado ainda que genuíno. Indústria ligada ao poder de controle de massas. Regime ditatorial de estilos. Comérico segregativo, ainda que transgressor da moral, como qualquer veiculação midiática de ideologia e comportamento.

Particularmente vejo que o conflito ideológico entre a contra-cultura e o mercado profissional permanecerá sempre como um incômodo paradoxal entre as mentes inquietas que sonham com a resistência à qualquer tipo de imposição.



Espero com esta publicação nada além de uma análise imparcial (mesmo que pessoal) da questão, adimitindo ainda o gosto pelo gênenro abordado.

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