sábado, 25 de novembro de 2006

RAP UNDERGROUND e ANARQUIA

Como os assuntos debatidos nos 2 posts anteriores foram: a arte como prostituta e a anarquia como forma de mercado, me deparei com a questão de que na atualidade é raro se achar algum manifesto artístico que possa ser cunhado à questão filosófica do anarquismo. O rap undergroud a meu ver é o movimento que mais se assemelha ao cumprimento de tais requisitos, uma vez que parte da auto-suficiência seja no setor produtivo como no setor divulgativo do trabalho. A primeira questão a ser levada em conta é de que para se montar a melodia desejada, o produtor torna atuante o processo de apropriação de outros elementos sonoros, ignorando assim todo o burocrático processo de defesa do direito autoral. Ainda debatendo sobre a montagem da harmonia, a bricolagem não necessita de um profundo conhecimento musical ( e sim uma sensibilidade musical) dando maior importância ao domínio tecnológico como programador. A liberdade expressionista de escolha, sabendo-se que praticamente todos estilos musicais se adequam à batida eletrônica do rap. Outro ponto latente é o de que geralmente as produções são caseiras e de baixo orçamento, em alguns casos chegando a comprometer a qualidade do seu produto final. Seguindo a idéia do "faça você mesmo", as produções se vêem livres de gravadoras, selos, mídias não tão independentes como a internet (nossa maior aliada). Hoje se é possível a postagem gratuita para o artista do seu trabalho em sites da web, proporcionando a divulgação, a interação entre o artista e o público e o acesso direto ao material publicado. Não podendo esquecer também a liberdade poética contida no rap underground desde a escolha dos temas abordados ao total descarte por um tema qualquer a ser escolhido.

Nenhum comentário: