sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

SONHO DE HOJE

"Polícia! Polícia! Corre, porra!!!" E corríamos. Eu estava a frente. Há uns duzentos metros de distância dos demais fugitivos. Estes, meus primos. Lembrei-me da droga que portava na meia. Às pressas, retirei o embrulho da roupa a fim de escondê-lo durante o percurso de fuga. Os berros estavam cada vez mais nítidos. Próximos. O que apressou-me ainda mais o processo. Era preciso que tal embrulho fosse abandonado em um local de fácil retorno. Onde eu pudesse voltar e encontrá-lo intacto. Feita a renúncia, limitei-me à fuga. Porém não era o único a portar tais ilícitas substâncias. Atônitos pelo susto, conduzimos inconcientes a perseguição até a velha casa de minha avó. Foi quando o esforçado oficial de justiça enfim nos alcança. Numa ligeira manobra, o primo mais velho consegue passar para o lado de dentro de casa sem que o policial pudesse qualquer reação, e a porta trancar. Pela janela, outro primo consegue o escape. Só que desta vez não tão efetivo em seu ato, acompanhado agora do policial. Subi as escadas que levavam à casa de cima, onde a família aguardava ansiosa o nosso regresso. Expliquei toda a trágica situação. A essa altura, os dois primos já estariam detidos na delegacia. "Eles não vão ser presos. Hoje é aniversário do Léo." Afirma meu tio, rumo ao distrito mais próximo. Poucos minutos até que a má notícia nos viesse de encontro. Já não era mais aniversário do Léo. Havia passado da meia-noite...

Um comentário:

Anônimo disse...

coitado do Léo...

mas gostei dessa lei que não permite prisões no aniversário do criminoso.