sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

APRECIE COM MODERAÇÃO

Ian Kevin Curtis nasceu na metade dos anos 50, na cinzenta Manchester, porção noroeste da ilha briância. Fundador e vocalista da banda Joy Division, surgida em meio ao movimento pós-punk na Inglaterra, Ian foi responsável por criar um estilo inédito na cena musical do cenário esquivo da época. Sua música não era divertida, nem mesmo de protesto, e sim uma forma de expressar os sentimentos mais profundos e remotos que assolam o ambiente interno do ser humano. A atmosfera obscura e o lirismo depressivo, angustiante, e por vezes decadente, firmaram a identidade da banda além de influenciar diversos artistas na década de 80. O nome Joy Division surgiu de um livro sobre práticas sádicas nos campos de concentração alemães, intitulado “The House Of Dolls”, escrito por Karol Cetinsky. Poeta, visionário, depressivo e epilético, Ian Curtis norteava os caminhos do Joy Division. O seu estilo frenético no palco reflectia a sua condição de epiléptico. Seu comportamento, assim como seus ideais, revelavam uma mente perturbada e aflita. Esta que criava temas sombrios e letras que divulgavam um completo desespero solitário, como é possível perceber na sua modesta obra. Casou-se com Deborah Woodruff em 23 de Agosto de 1975 em Henbury. Depressivo, comete suicídio por enforcamento aos 23 anos de idade após assistir ao filme "Stroszeck", de Werner Herzog. Foi encontrado morto no apartamento onde morava com Deborah, e sua filha de apenas 1 ano, no dia 18 de maio de 1980. No toca discos ainda rolava “The Idiot”, do Iggy Pop e, num bilhete, Ian confessava: “Neste exato momento, eu queria estar morto. Eu simplesmente não agüento mais”.Com o fim do Joy Division, os outros integrantes decidiram continuar com a música. Mudaram o nome da banda para New Order e apostaram num som um pouco mais dançante, embora a atmosfera melancólica, herança do Joy Division, tenha sido inevitável.

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