sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

APRECIE COM MODERAÇÃO

STANISLAW PONTE PRETA
escritor, jornalista, radialista, teatrólogo, publicista e bancário
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Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 1923, Sérgio Marcos Rangel Porto adota o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta emprestado à Oswald de Andrade (vide Memórias de Serafim Ponte Grande) quando se ingressa na carreira jornalística. Dizem seus estudiosos que no citado livro teria encontrado seu grande filão: a irreverência. Partiu de uma obra bem carioca, transpondo para periódicos, revistas e folhetins o saboroso coloquial da cidade. É notável a distinção de suas melhores obras, partindo da noção de que nelas, a disposição de desfazer o sentido de uma palavra ou de uma situação não se manifesta apenas no final do enredo, mas parece atingir a estrutura da narrativa. A partir de pistas falsas, a história é conduzida visando a um final que não acontece, substituído por outro, totalmente inesperado. Uma referência direta com o trabalho do também jornalista norte-americano Hunter Thompson e o seu sucessor Jayson Blair (que escreveu mais de 20 matérias pro New York Times, todas falsas) . Um exemplo material dessa sua filosofia jornalística foi o fato de que na mesma época (1954) em que o jornalista Jacinto de Thormes publicou na revista Manchete a lista das "Mulheres Mais Bem Vestidas do Ano", Stanislaw, que escrevia na mesma revista sobre teatro-rebolado, não quis ficar por baixo e inventou a lista das "Mulheres Mais Bem Despidas do Ano". Ao contrário do que se achava, Stanislaw teve uma carga horária intensa de trabalho, chegando a manter suas 15 horas diárias até os ultimos momentos de sua vida. Para alguém que teve seu primeiro infarto ao 36 anos, era demais. "Tunica, eu tô apagando". Essas foram as últimas palavras ditas pelo autor ao sofrer seu derradeiro infarto, no dia 29 de setembro de 1968.
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Bibliografia como Stanislaw Ponte Preta:
- Tia Zulmira e Eu - Editora do Autor, 1961
- Primo Altamirando e Elas - Editora do Autor, 1962
- Rosamundo e os Outros - Editora do Autor, 1963
- Garoto Linha Dura - Editora do Autor, 1964
- FEBEAPÁ1 (Primeiro Festival de Besteira Que Assola o País), Editora do Autor, 1966
- FEBEAPÁ2 (Segundo Festival de Besteira Que Assola o Pais), Editora Sabiá, 1967
- Na Terra do Crioulo Doido - FEBEAPÁ3 - A Máquina de Fazer Doido - Editora Sabiá, 1968