domingo, 24 de dezembro de 2006

O DIA EM QUE HÉLIO ME ESTENDEU A MÃO

Tarde cinza e de pouca neve. De poucas contradições. Ainda com o amargo peso do café nos lábios, cruzo em requinte o lustroso portal para o lado de fora. Ainda há vida em meu fraco charuto. Foi quando por distração em flerte ao solo que a ironia me veio ao encontro. Hélio trajava um hermético paletó de couro que lhe esmagava o fôlego a qualquer tosse esboçada. Um par de óculo duro, que lhe descia às narinas tais como pinças. Mais um de seus ornatos visuais. Trazia também um olhar sonolento. Os longos cabelos despenteados desciam-lhe murchos até o peito. E o mais curioso. Não estava de calças. E ao me esbarrar em sua postura efêmera, cordial como sempre, saudei-lhe com meu rouco perdão. Seco, porém olhando fundo ao meu olho, Hélio me estende a mão num coloquial cumprimento.

4 comentários:

GNZ disse...

Quem reconhece esse Hélio????

GNZ disse...

Um dica...Parangolé...

Anônimo disse...

o hélio é um cara elegante

Anônimo disse...

de fino traje